Termalismo

olá...

O meu nome é Emília, sou formanda do curso Técnica de Termalismo, o qual estou a frequentar nas Termas de São Vicente - Penafiel.

Este curso permite-me adquirir o 12º ano de escolaridade, ficando com o diploma de Técnica de termalismo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A Minha Casa

É evidente, que na altura em que pensei construir uma casa de habitação própria, logo pensei ter uma árdua tarefa pela frente, visto que já tinha ouvido várias pessoas, contarem o trabalho e preocupações que dava até mesmo só para o começo do processo de documentação para a mesma.
Sabia que era urgente fazê-lo, visto que na casa onde habitava não tinha conforto nem condições necessárias para criar os meus filhos pequeninos, com dignidade, higiene, segurança e bem-estar, dado que, esta se situava num sítio calmo, amplo e soalheiro. As suas desvantagens também eram muitas. Era casa de agricultor, os currais do gado situavam-se por baixo do soalho que dividia o piso de baixo do de cima, onde cozinhava-mos, comíamos, dormíamos e mantinha-mos o nosso convívio familiar. A casa de banho era uma retrete, fora de casa, o banho era tomado numa bacia com água aquecida numa panela, e temperada.
Foi então que decidimos comprar um lote de terreno numa urbanização feita na minha freguesia pela Câmara Municipal. Devo referir que quando comprei o lote de terreno numero 11 no lugar de Vale da Mota tinha apenas dinheiro para comprar e registar.
Quando fiz isso restou-me pouco dinheiro para mandar realizar o projecto que foi efectuado por um desenhador e assinado por um engenheiro. O próprio entregou na Câmara para a aprovação e licença de alvará de construção. Depois de tudo isto estar legal fiz o pedido de empréstimo a Caixa Geral de Depósitos, o qual foi aprovado com facilidade, devido ao salário do meu marido ser já naquela altura superior ao de hoje, era funcionário encarregado das Minas de Pejão. É provável que se estas ainda estivessem em funcionamento o nosso meio urbano, industrial ou rural estivesse mais avançado, visto que este era uma fonte de rendimento para uma grande parte da população de Castelo de Paiva.
Após tudo isto, já com o projecto assinado, pedido de crédito aprovado, contratamos o empreiteiro que ficou responsável pelo alicerce, esquadria e estrutura da casa, toda esta construída em blocos, ferro e betão, completa com divisões e placas de chão, cobertura, e telhado já composto com telhas de primeira. Posteriormente efectuamos outro contrato com o mesmo empreiteiro para proceder ao revestimento exterior com cimento, areia e cal, dado que este ainda tinha os andaimes na obra e era o necessário para esse efeito, também este fez o melhor orçamento para o trabalho a realizar, então acordamos.
Em seguida tomamos nós a responsabilidade pelo trabalho interior, revestimento e pintura.
Aos poucos com amigos, familiares e também pagando a profissionais de vez em quando lá fomos fazendo o que podíamos, excepto a pichelaria, electricista e carpintaria que foram por contrato.
Posso dizer que trabalhei muito na realização da minha casa, para economizar algum dinheiro, trabalhei muitas vezes como servente, carregando tijolo nas mãos para as divisões, baldes de massa de cimento, areia e cal hidráulica para revestir. No que pertence a material de revestimento como azulejo para a casa de banho e cozinha, tijoleira para o chão e corticite para o chão dos quartos, a maior parte foi carregada por mim da garagem, onde era descarregada pelos fornecedores e onde o material ficava mais resguardado, pela escadaria acima até as mãos dos artistas que os aplicavam. Por fim a pintura, aplicação de louças sanitárias e de cozinha, os remates de carpintaria interior, assim como exterior (portas e janelas) também são de madeira maciça.
É evidente que quem constrói casa própria sabe bem que para se poder habitar legalmente, perante as leis impostas é preciso requerer a vistoria ás finanças para obter a licença de habitabilidade, a qual só me foi atribuída após a casa estar pronta, casa de banho completa, cozinha e gradeamento na varanda e escadaria. Uma questão de higiene e segurança, o que acho correcto por parte das autoridades competentes.
De seguida foram-se fazendo obras, as não obrigatórias mas que achávamos necessárias. Muros de separação da rua, entradas, jardim e arranjos a volta da casa, enfim, tantas coisas que se vão fazendo aos poucos.
Contudo, as obras não ficaram por aqui. Depois de habitar a casa algum tempo apercebemo-nos que uma escadaria interior era fundamental para a ligação entre um piso e o outro, que não estava no projecto, então começamos as modificações. A garagem foi dividida em varias divisões, projectadas por nós próprios e por quem fez o serviço de trolha, passando a ser a garagem ao lado da casa, como apresentado o rascunho do projecto. Não havia outra solução, a situação familiar levou-nos a uma serie de alterações que depois de ser começadas devem ser concluídas, neste caso, não me sentia bem, fazer um quarto para o meu filho na garagem sem melhorar todo o espaço envolvente. Foi então que fizemos as outras divisões: casa de banho, cozinha, sala e hall, com corredor e acesso a garagem. Toda a obra foi feita com material normal, tijolo, areia, cimento e cal. As paredes apenas areadas em toda a casa e a caixa-de-ar não tem isolamento, é feito apenas com a separação de dupla parede. Com o decorrer do tempo vejo que a minha casa não tem a qualidade e o conforto se certas habitações construídas nos dias de hoje, onde se pensa em tudo e em todas. A qualidade dos materiais e bastante mais diversificada, em termos de isolamento, aquecimento, programas ambientais, pensando no bem-estar e conforto das famílias, quando em sítios públicos para toda a comunidade. Em muitas habitações o sistema de aquecimento é instalado através de painéis solares aplicados durante a construção assim como o isolamento para manter uma temperatura agradável, tanto com o calor como com o frio, a aplicação de vidros duplos para evitar certos ruídos externos e as divisões pode ser efectuadas com materiais recicláveis como gesso cartonado, tornando mais fácil as construções e não prejudicam tanto o ambiente. Em caso de demolição certo material deste pode ser reciclado e aplicado em outras coisas.
Com toda a certeza se construísse agora a minha casa faria 100% diferente, pensaria em tudo. Na velhice, nos acessos de entradas e saídas, rés-do-chão, com divisões amplas e confortáveis, com rampas de acesso, poucos degraus, com área livre para conviver com amigos e família e poucas coisas que me complicassem a vida. Seria uma boa casa, confortável, com aquecimento e ar condicionado. Fazia aproveitamento da energia solar com entrada de muita luz natural em toda a casa. Construía-a num meio mais urbano, não nos grandes centros mas em arredores, onde estivesse perto de tudo e todos, onde cada vez é mais acentuada a procura do desenvolvimento turístico, industrial e comercial, devido as necessidades também aos empregos dos nossos filhos.
Em suma, tudo faria diferença, para melhorar a minha qualidade de vida familiar, social e ambiental, programando um futuro diferente ao que possuo. Estou em crer que, por a minha casa não ser das melhores ainda tenho dó daqueles que nem como a minha garagem tem para se agasalhar. Tanto do frio como do calor. Considero-me feliz com esta mesma.

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